O antigo líder da empresa Nate, especializada em serviços financeiros digitais, enfrentou acusações de fraude por ter feito declarações falsas a respeito da tecnologia de inteligência artificial do aplicativo, ou da ausência dela.
Em uma reviravolta incomum na típica narrativa de inteligência artificial, o FBI afirmou que, desta vez, eram os humanos que estavam desempenhando o papel da IA, e não o contrário.
Conforme informado em um comunicado de imprensa do Ministério Público dos Estados Unidos, Distrito Sul de Nova York, Albert Saniger foi acusado de participar de um esquema fraudulento contra investidores. O advogado dos EUA, Matthew Podolsky, afirmou que Saniger teria ludibriado investidores ao criar uma narrativa falsa sobre inovação tecnológica relacionada à inteligência artificial que, na realidade, nunca existiu.
Os representantes do governo afirmam que a Nate afirmou empregar inteligência artificial para finalizar o processo de compra online de seus clientes. Contudo, na verdade, alegam que a empresa contratou uma equipe de trabalhadores terceirizados nas Filipinas para realizar essa tarefa. No total, a Saniger levantou mais de $40 milhões de investidores.
O diretor assistente do FBI, Christopher G. Raia, explicou que Nate confiava em equipes de trabalhadores humanos, principalmente localizadas no exterior, para processar manualmente transações de forma secreta, simulando um processo automatizado aos olhos dos usuários. Saniger empregou centenas de empreiteiros em um call center nas Filipinas para realizar manualmente compras feitas através do aplicativo Nate.
O crescimento da inteligência artificial impulsiona estratégias de empresas iniciantes.
Nate não é a única startup acusada de disfarçar o trabalho humano como “automatização AI”. A empresa Drive-thru Presto, que conta com clientes como Carl’s Jr., Hardee’s, Del Taco e Checkers, afirmou ter automatizado pedidos drive-thru com inteligência artificial, mas, segundo a Bloomberg em 2023, ainda dependia de trabalhadores terceirizados (inclusive nas Filipinas) para 70% dos pedidos. Da mesma forma, a startup legal EvenUp, que alegava automatizar processos de reivindicações de lesões pessoais, “contava com humanos para a realização de grande parte do trabalho”, conforme um relatório do Business Insider de 2024.

A indústria altamente divulgada de Inteligência Artificial promete diminuir os gastos com mão de obra e melhorar a produtividade em diversas áreas. Isso tem levado ao surgimento de práticas empresariais emergentes, à medida que empreendedores aproveitam oportunidades para comercializar seus aplicativos com base em seu potencial futuro.
O texto informa que em 2022 surgiram indícios de que o aplicativo Nate possa ter capacidades tecnológicas exageradas para investidores. Naquele momento, o comércio eletrônico estava passando por um aumento significativo de compras devido à pandemia, o que tornou as startups fintech muito atrativas para os investidores de risco. Segundo as novas alegações, Saniger escondeu a taxa de automação da Nate, mantendo-a em segredo tanto dos investidores quanto dos próprios funcionários.
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A estratégia de “fingir até conseguir” é amplamente utilizada no mundo das startups, mas pode ser considerada arriscada, especialmente de acordo com autoridades como o FBI e a Procuradoria dos EUA.
Em vez de obter fundos, Saniger está atualmente sendo acusado de fraude de títulos e fraude por fio, crimes que podem resultar em até 20 anos de prisão cada.
Mashable tentou se comunicar com Saniger e, caso obtenhamos uma resposta, iremos atualizar este artigo.
– Administração pública